21.7.06

Dia 11 - parte 2

Pé na estrada. Passamos por alguns povoados tradicionais do Oeste americano com aquela arquitetura singular.










E caímos na highway 5, em direção a San Francisco.
No meio do caminho está Sacramento, capital da Califórnia, governada por um tal "Exterminador do Futuro". Depois de abandonar as telas de cinema, Arnoldão costuma dar expediente aqui, no capitólio...

Almoçamos em Sacramento mesmo e voltamos para a estrada. Pé em baixo no acelerador, menos de duas horas depois chegávamos a San Francisco.

Depois de chegar a reservar um quarto no Hotel Travelodge encontramos, a menos de 200 metros, o Columbus Motor Inn. Com preço justo (uns USD 110 dólares a diária - sem café da manhã), onde ficaríamos por sete dias. Além da excelente localização (perto do Fisherman's Wharf e de North Beach - em ambos só íamos a pé), também não cobra taxa de pernoite de carro.

À noite, depois de devidamente acomodados, fomos dar uma volta no Fisherman's Wharf onde nos deparamos com os barulhentíssimos leões marinhos do Píer 39...

Dia 11

Após uma bela noite de sono (o silêncio em Strawberry era ensurdecedor!), experimentamos um tradicional café strawberryano, por assim dizer: Panquecas, de morango obviamente, com suco de laranja.




Estômagos (bem) forrados, hora de cair na estrada novamente. Estávamos entrando na reta final de nossa viagem: rumo a San Francisco.

Mas até lá ainda passaríamos por uns lugares pitorescos. Como uma cidade chamada Angels Camp, muito conhecida por aquelas bandas graças a um inusitado festival/concurso anual de pulos de rãs!!!

Só pode ser coisa de americano mesmo. Como a Fernanda tem pânico de anfíbios, decidimos passar batidos por aquele bizarro povoado, embora o estivéssemos cruzando no dia do famigerado evento...

Já que não pudemos visitar Bodie (uma cidade fantasma), o jeito foi ir até outra com a mesma fama: Volcano (não, não é a cidade natal do Sr. Spock!). Parece que parou no tempo a cidadezinha (?) de 101 habitantes.








Fernanda observando a cadeia erguida nos anos 1800. Reza a lenda que os dois homens que a construíram foram seus primeiros "hóspedes"...

Dia 10 - parte 4

Não consigo mesmo entender alguns mecanismos desse blog. Depois de postar tudo, a foto não abre. O jeito, então, é abrir um novo post. Portanto, aqui vai a quarta parte desse longo dia. Continua de onde havia parado...


No meio do caminho mais uma paradinha para construir um amiguinho: "Buneco, o Snowman".





Nos despedimos de nosso little friend e seguimos em frente até começar a cair uma chuva fina, mas que foi ficando forte. Para piorar descobrimos, muitos quilômetros à frente, que a estrada 180 estava...fechada também...

Quase escurecendo, a chuva caindo e nós no meio do nada. Não havia outro caminho, nada para desviar, só dar meia volta. Foi o que fizemos. Depois de uma meia hora encontramos um povoado. O lugar paracia mal assombrado. Uma espécie de posto de gasolina e ponto de parada de caminhoneiros. Paramos, não havia uma viv'alma... Buzinei e quem aparece? Um rottweiller... Não tem como não lembrar novamente de "A Profecia"... O jeito foi acelerar e sair dali rápido, enquanto uma mulher muito estranha chamava o cão e nos olhava com cara de poucos amigos.

Foi pura tensão até que chegamos num povoado de 165 habitantes chamado Strawberry (morango). Só faltei jogar o carro dentro do hotel/pousada/restaurante.

Uma sorte danada. Pegamos um quarto espetacular, tomamos um bom banho e descemos para jantar. Umas cervejas e um papo com uns locais. Lake Tahoe, Bodie etc etc etc foram descartadas de nossos planos. Como diria o Vincent (personagem do Tom Cruise em Collateral) é preciso se adaptar, improvisar. Resolvemos seguir o conselho. Mas no fim das contas valeu muito...
A vista do quarto em que ficamos...

Dia 10 - parte 3




Hora de deixar Yosemite e seguir para Lake Tahoe, Mamoth Lake, Bodie, Mono Lake.
Fácil (pensamos). Basta descer a serra, virar à direita na estrada 120, que tem uma bifurcação, e continuar descendo. Realmente seria muito fácil, se não tivéssemos apanhado a bifurcação para o lado errado...
Depois de um bom tempo descendo, a triste conclusão de que saímos do lado oposto (Oeste, em vez de Leste).
Uma parada, uma consultada no mapa e uma solução: vamos contornar. Seriam mais uns 150 quilômetros pela estrada 180, mas tudo bem. Vamos em frente. Sobe a serra de novo...

Depois de mais ou menos uma hora, uma alegria: NEVE!!!








Vai um pedacinho aí?










Só não ficamos muito tempo ali... Podia aparecer algum urso faminto e nós não tínhamos nenhum sanduíche e nem vidro de ketchup...

Dia 10 - parte 2











Um pouco mais da beleza de Yosemite. Afinal, o parque merece...









Depois disso aqui é que a aventura iria começar...

17.7.06

Dia 10

Hora de fazer o programa abortado no dia anterior. Acordamos bem cedo e caímos na estrada sinuosa que nos levou até o Yosemite Park. A beleza daquele lugar é capaz de te fazer esquecer de qualquer dificuldade que tenha passado. Natureza pura, exuberante, belíssima. Cinematográfico!
Começamos pelas sequóias gigantes no Mariposa Grove.




Ao lado, o incrível Grizzly Giant (olha só uma mulher de camisa azul pequenininha)...

Alguém lembra do Barbárvore do Senhor dos Anéis? Pois é...

Do Mariposa Grove até a área mais concorrida do Yosemite, o Yosemite Village, é preciso descer uns 35 quilômetros (uma hora mais ou menos) de uma estradinha totalmente sinuosa. Seja paciente e não adianta tentar correr. O legal é ir descendo e parando nos diversos mirantes para admirar toda a beleza do parque.

Dia 9


Um ditado popular diz que depois da tempestade vem a bonança. Mas o que vem depois da bonança? Eu respondo: a tempestade.
É um ciclo.
Pois para (des)compensar tudo de bom que rolou na California 1, hoje foi o Dia da Roubada!
Saímos de Monterrey às 10h com a intenção de chegar ao Yosemite Park por volta de 14h.
O primeiro percalço foi o fechamento da estrada mais rápida que nos levaria até lá. Tudo bem, vamos dando uma volta bem maior. Serviu para avistarmos aqueles caminhões enormes que só vemos em filmes. Parece até um espelho e dá até para nos ver atrás dele...

Algumas horas depois, a falta de planejamento nos apanhou. Chegamos a Yosemite, pagamos USD 10 pela entrada (valor cobrado por carro/família) válida por uma semana.
Só não contávamos que a hospedagem dentro do parque propriamente dito fosse tão cara. Uns USD 200 a noite! Pior: não tinha praticamente nenhum lugar para comprar comida. Aliás, antes de chegar lá é bom abastecer o carro (encher o tanque!!!), comprar água, biscoitos, lanches etc etc etc. Em Yosemite só há um centrinho onde, claro, tudo é bem mais caro. E é tudo bem no meio da floresta...
A solução que encontramos já que faltavam algumas poucas horas para anoitecer: voltar até a cidade mais próxima e buscar abrigo lá. Retornamos até Oakhurst, pequenina cidade (?), a mais de uma hora de carro da entrada de Yosemite.
Lá entramos num motel da rede Day's Inn (ótimo por sinal) a um preço de aproximadamente USD110 (do lado oposto da estrada).
Nesse dia dirigi mais de sete horas e estava exausto...
Nossas refeições foram um pedaço de pizza dormido, um sanduíche dividido, água e chicletes (maior flagelo, risos!).
Depois que nos hospedamos a situação melhorou consideravelmente: bom hotel, com internet gratuita (nós sequer usamos) e um restaurante ao lado. Caímos dentro de dois suculentos hambúgueres e compramos umas Buds para levar pro quarto...
Yosemite ficou pro dia seguinte, que ainda nos reservava fortíssimas emoções...

13.7.06

Dia 8 - parte 3



Um pouco mais de parque Julia Pfeiffer... e também do parque de Los Lobos...
Aqui, as árvores lembram aquelas do filme "A lenda do cavaleiro sem cabeça"...



Sombrio...










Árvores retorcidas... só faltam se mexer!


Essa aqui parece um bonsai gigantesco...

Depois, de volta à estrada até Carmel By the Sea. Lugarejo de uns 5 mil habitantes que já teve como prefeito Clint Eastwood, sim, ele mesmo, o implacável Dirty Harry e o maldito William Munny, do Missouri ("Os imperdoáveis")...

Depois dele, a cidade ficou impraticável para turistas menos abastados. Tudo é muito, mas muito caro. Percorremos a cidade à noite, olhamos umas vitrines e uns restaurantes (tudo muito bonito, e besta). Nâo tem bar nesse lugar!!!

O jeito é seguir em direção a Monterrey e passar a noite num hotelzinho simpático e barato: Surf Inn (USD 45) o pernoite. Como disse para a Fernanda: "Motel com esse nome (Surf) só pode ser para gente dura!"

Dia 8 - parte 2

É, não acabou não. Ainda tínhamos muita estrada pela frente...




Parque Julia Pfeiffer causa fortes emoções. Palavras da Fernanda: "Esse é o lugar mais bonito que já vi na minha vida!"

Alguém duvida?

Ao centro, o "cipreste solitário"

Dia 8


Esse dia foi realmente especial. Amanheceu esquisito. O fog não nos deixou ver Morro Rock, embora tenhamos enrolado em Morro Bay até umas 10h, 10h30m. Acho que essa enroladinha nos ajudou demais no que viria a seguir.
Seguimos para o Norte na rodovia Califórnia 1 ou Interestate 101, sem dúvida alguma, a estrada com as paisagens mais bonitas que vi em toda a minha vida. É uma espécie de Avenida Niemeyer de 160 quilômetros de extensão. O trecho denominado Big Sur é simplesmente fabuloso. O mar de um lado, rochedos, escarpas e árvores do outro. E a estrada bem no meio de tudo, lisa como um tapete, com diversos pontos de observação. É uma obra feita, creio eu, exclusivamente para contemplação. Com o sol que fez naquele 17 de maio, então, é de arrepiar...

Logo em nossa primeira parada, sofremos com "o ataque dos esquilos assassinos". Num mirante, três roedores não nos deixaram em paz (queriam comida, por causa da lamentável mania que os turistas têm de jogar alimento pros bichinhos). Um deles, depois de devidamente afastado aos gritos da Fernanda, está logo atrás de nós. O outro está fuçando ao lado da pedra lá perto do carro...


É claro que durante a viagem o fog nos acompanhou. Aliás é algo impressionante: as nuvens surgem de repente, encobrem tudo e, sem mais nem menos, desaparecem e o sol volta a brilhar. Por causa do fog e de uma trilha sonora sinistra, deu até para ficar com medo em alguns trechos da viagem. Explico: havia comprado um CD com trilhas sonoras de filmes de terror. Um deles, o mais soturno (pelo menos a trilha), é do filme "A profecia". Quando começava aquele canto gregoriano, o fog cobriu a estrada. A temperatura baixa numa velocidade incrível e o frio chega à espinha. Atendendo a um conselho meu, Fernanda retirou o CD e pôs algo mais palatável, como James Blunt (aquele do "you' re beautifull") e Audioslave ("Like a stone" e outras...)

Olha ele aí, o fog...

10.7.06

Dia 7, parte 2

Por motivos que não consigo decifrar, esse blog cisma em, de vez em quando, não subir fotos. Portanto, aqui vai a parte 2 desse dia bem cheio. Vai ver que foi por isso que Deus descansou no sétimo dia...

Bom, de Los Angeles partimos em nossa jornada. Depois de mais de 3 horas e meia de viagem, paramos numa cidadela chamada Morro Bay. Tem esse nome por causa de uma elevação rochosa que brota em frente à baía da cidade: o Morro Rock (parece uma das Ilhas Cagarra e lembra também aquela ilha em frente à Orla Bardot, em Búzios, no Rio de Janeiro).

O lugar é sensacional. Chegamos por volta de 20h e começava a escurecer. Conseguimos um ótimo hotel a USD 45 e muito legal: o Villager.


Um banhozinho e o tradicional rolé pela encantadora cidade. Pequenina, provavelmente do tamanho do Leblon. Depois de vagar pelas ruas semidesertas, paramos, óbvio, num bar, o Legend' s. Trilha sonora da melhor qualidade emanava de uma jukebox: o bom e velho rock and roll. Comida não tinha, apenas bebida e pipoca (gratuita). Outra vantagem: a cerveja custa a metade do que custaria num grande centro. Bom motivo para tomar um porrezinho, o primeiro e único da viagem! No balcão, sentados de frente para uma gigantesca cabeça de alce empalhado, degustamos umas Buds e nos divertimos com um casal cinquentão, estilo ex-hippie, dançando alegremente. Doidões, mas animados. Até gastei umas moedas colocando uns rocks mais anos 70 para eles. Algo como Creedence Clearwater Revival e Cat Stevens.
Deixamos o Legend' s, atravessamos a rua e paramos noutro bar. A trilha sonora, também rock, era um pouco mais contemporânea: AC/DC, por exemplo.
Mais cervejas, uns shots de uma bebida preparada pelo barman e uma constatação:
"Morro Bay é foda!"
Hora de voltar pro hotel e desabar na cama. Esse lugar só tem doidão...
Pela manhã, uma frustrada tentativa de ver o Morro Rock. A neblina, densa, não deixou. Resta o consolo de saber que isso é muito comum. Até os postais de lá brincam com isso.