17.11.15

US 395 - Fossil Falls


A entrada de Fossil Falls: a impressão é que você está em Marte
O passo seguinte a Hot Creek foi outro lugar de geologia e paisagem incomuns: Fossil Falls. Aliás, a geografia e a geologia da Califórnia realmente surpreendem. Para quem gosta de estudar clima, formações e variações da natureza, o estado americano certamente é um campo fértil.

Tudo sempre bem sinalizado, com placas explicando a origem do lugar

Se em Monolake tinha-se a impressão de estar em solo lunar, Fossil Falls é algo que deve ser muito parecido com Marte. A região basicamente foi formada por rios de lava que se resfriaram rapidamente, criando uma espécie de vale de rochas metálicas com aquela aparência  enferrujada, bem no meio de uma região bastante seca.

Formações rochosas  do lugar 

A trilha até o cânion: aridez total

Rochas ou ferro retorcido? 









































Este mesmo rio de lava esculpiu em um trecho um cânion de uns 20 a 30 metros de profundidade, cujas paredes de ferro são ótimas para quem pratica escalada.

O cânion ao fundo

alpinistas aproveitam o lugar para fazer escaladas

Fossil Falls merece muito a visita e, assim como em outros lugares mais inóspitos, é recomendável boné, protetor solar e umas garrafinhas de água.





Quando você chega, há uma área para estacionamento. De lá, é preciso fazer uma caminhada de uns dez minutos por uma trilha até chegar ao melhor ponto de observação, de onde se vê todo o cânion formado por aquilo que um dia foi um rio de lava incandescente.




Logo que saímos de Fossil Falls, fomos até Red Rock Canyon, só que a visita a este outro lugar superinteressante terminou bem antes do que imaginávamos. E nossa aventura/drama começaria ali. Mas isso fica pro próximo post...

Aqui terminou nosso turismo pela US 395 e começou um capítulo no estilo "a morte pede carona"...


13.11.15

US 395 - Hot Creek

Hot Creek, em Hot Creek Gorge, com as águas ferventes e gêiseres, na US 395


A US 395 vai da froneira do Canadá até a cidade de Hesperia, no deserto de Mojave, na Califórnia

Hora de voltar à estrada, rumo a Los Angeles, parte final de nossa viagem. Como planejamos, o trecho seria feito pela estrada federal US 395. Mais uma decisão que se mostrou acertadíssima.


Para quem gosta de dirigir a US 395 é ótima

A US 395 é uma estrada linda, com variações de paisagens muito interessantes e que te colocam dentro de cenários dos famosos 'road movies' americanos. Há retas gigantescas em seu percurso, além de cidadelas mínimas, vegetação que se transforma e, finalmente, a aridez do deserto.


Pausa para mais um registro na estrada que tem mais de 2.100 quilômetros de extensão

Para cruzar os pouco mais de 518 quilômetros (324 milhas) de Lee Vining até Los Angeles, recomendo sair cedo, pois há muitos e muitos lugares bacanas para você dar ao menos uma paradinha de meia hora, uma hora, e admirar. Claro que também é para tirar aquelas fotos maneiras.


a estrada é convidativa...









... a paisagem vai mudando
... e ficando árida
























Nosso plano inicial era de fazer quatro a cinco paradas mas, por motivos que contaremos depois, acabamos fazendo apenas três visitas aos pontos que havíamos programado.


Dá vontade de acelerar, mas cuidado: a fiscalização é feita por drones

Nosso primeiro pit-stop foi num lugar muito interessante chamado Hot Creek (rio quente) para conferir, in loco, gêiseres e um rio cuja água, literalmente, ferve em seu curso.


Abaixo, o rio de água fervente

Placas alertam para o perigo


Lugar muito legal de visitar e, se você der sorte, pode avistar alguns animais da fauna local como lebres, cervos e até pumas. Feliz, ou infelizmente, só não avistamos o felino das montanhas.


Num determinado trecho a coloração azulada chama a atenção, assim como o vapor d'água saindo do rio


A área de ocorrência dos gêiseres fica interditada para evitar acidentes


O máximo que se pode aproximar com segurança é delimitado pela cerca: convém respeitar o limite


Quando os gêiseres aparecem, costumam projetar água fervendo a até dois metros de altura e a emitir um som característico, o popping, que significa 'estourar'.



10.11.15

Monolake


Monolake, em Lee Vining. Um lugar diferente de quase tudo o que você já viu

Depois de percorrer as ruas empoeiradas de Bodie, paramos para comer algo, na Whoa Nellie Delli e, de lá, seguimos direto para conhecer as belezas de Monolake. Na verdade, toda a Lee Vining fica de frente para o famoso lago.  A questão, então, resume-se a visitar os melhores pontos com aquelas formações incomuns.

No centro de visitantes: obsidian (Minecraft total)

Lá dentro: explicações geológicas e curiosidades




























Sugerimos dois pontos: o primeiro, onde há um museu/centro de exposições. Pequeno, mas muitíssimo bem montado. Lá há fotos, exposições e material interativo para você desvendar um pouco da curiosa história do lago.

Índios habitavam o local em suas ocas

No mesmo lugar, há uma indicação dos melhores trechos para apreciar as tufas (cinco pontos no total), aquelas formações rochosas que parecem estalagmites. 
A melhor e maior de todas fica na US 395 em direção Sul. A entrada é meio escondida, foi difícil de achar, mas conseguimos com um pouco de paciência e perseverança (umas duas ou três tentativas).

Em cada placa, uma explicação

As tufas no local de maior concentração de formações 

O visual parece meio pós-apocalíptico















Chegando lá, estacionamos o carro e caminhamos pelo local, muito bem sinalizado, com placas indicativas e informativas sobre a geologia da região. Pena que o sol desapareceu e, no fim da visita, chegou a cair uma chuva fininha, mas nada que nos atrapalhasse.



A água do Monolake é salgadíssima. Seu teor de salinidade atinge cerca de 20%, enquanto o da água do mar gira em torno de 3,5%, na média. Só perde para o Mar Morto, com seus 30% de salinidade...
Mais uma vez não se esqueça de garrafinha de água e algo para comer.  Se estiver fazendo sol,  um boné e protetor solar também são de grande valia.



A história do lago é interessante: ele se formou a partir de uma erupção vulcânica há cerca de 800 mil anos. Até os anos 1940, ele tinha praticamente o dobro do volume líquido que apresenta hoje. A redução drástica ocorreu quando o poder público decidiu captar suas águas para abastecer Los Angeles. Com a redução do espelho d’água  as formações calcáreas (tufas) submersas ficaram à mostra, criando a paisagem incomum.

















Ali, o legal é percorrer as tufas e admirar a paisagem. Proliferam por ali mosquinhas esquisitas, só encontradas naquele lugar, que não incomodam ninguém. Ficam aos montes no solo, são muito pequenas e servem de alimento para as aves. Portanto, não precisa se preocupar. Aliás, a brincadeira predileta das crianças é correr em direção àquelas manchas pretas no chão e vê-las movendo-se como uma nuvem, pousando imediatamente no chão.










4.11.15

Bodie, a cidade fantasma


Bodie, a cidade fantasma mais famosa da Califórnia, hoje transformada em parque nacional

Lee Vining é apenas ponto de apoio para programas mais legais. Um deles é visitar a incrível cidade fantasma Bodie. O segundo é passear por Monolake e observar as formações geológicas incomuns do local. Os dois passeios podem ser feitos num único dia, o que recomendamos. No dia seguinte, você acorda e continua sua jornada.


A visão da estrada de acesso

Daqui , a vista a partir do cemitério















Para contar sobre as duas aventuras, vamos dividir o assunto em dois posts, na ordem cronológica. O primeiro foi Bodie, cidade clássica do Velho Oeste erguida durante a corrida do ouro naquela região.



A cidade surgiu em 1859 e viveu seu apogeu entre 1877 e 1888, produzindo 35 milhões de dólares em ouro. O nome é homenagem a um de seus descobridores,  W.S. Bodey.




Sua decadência se iniciou no momento em que o ouro começou a rarear e os mineiros buscaram outros eldorados. Em 1943, Bodie tinha apenas 3 habitantes. Alguns anos mais tarde, em 1962, já completamente abandonada,  foi transformada em parque nacional e assim é preservada desde então, com seus cerca de 170 imóveis restantes.













As construções são rigorosamente iguais àquelas que você está acostumado a ver em filmes de faroeste. Tudo de madeira, com aquela coloração característica, muito, muito bacana. A cidadela não é tão pequena assim, mas um passeio estimado em duas horas resolve a questão. Dentro dos imóveis, que não podem ser visitados por dentro, estão itens que vão desde panelas a brinquedos infantis e itens de cozinha e lazer. A visita é uma verdadeira viagem no tempo.

Num pequeno museu, você pode registrar sua visita















O que restou de um banco

E o "hotel" para quem roubava banco




Uma dica importante: leve algo para comer, pois não há rigorosamente nada para comprar lá, e umas duas ou três garrafinhas de água,  sobretudo se estiver num dia de sol, o que é muito mais bacana. A entrada custa 10 dólares pelo carro.


As indefectíveis bandeirolas nas cores dos EUA estão por toda a cidade

Por fim, se você tiver uma "emergência" há lugar específico para isso. Rs. Brincadeirinha.