15.10.15

Tioga Pass Road - Tenaya Lake

Cercado por montanhas e pinheiros, o Tenaya Lake fica a 2.484 metros de altitude

Os melhores momentos da vida podem estar nas coisas mais simples. E isso não é filosofia barata, é um fato. De todos os lugares que passamos pela Califórnia e de todas as atividades que tivemos, talvez nada nos tenha deixado mais felizes do que descobrir o Tenaya Lake.


Montanhas ao fundo: à esquerda, Polly Dome; ao centro, no fundo, Medlicott Dome; à direita, Tenaya Peak

Foi uma parada surpreendente, afinal nem sabíamos da existência do lago, e relativamente curta (mais ou menos uma hora no lugar). Mas foi o suficiente para gravar memórias maravilhosas para a vida toda. Mergulhar naquelas águas cristalinas (e frias de doer!) a quase 2.500 metros de altitude com o Arthur não tem preço. 


Depois de Olmsted Point, seguimos rumo a Lee Vining, que seria nosso destino. Alguns quilômetros depois, passamos por um vale, com uma bonita planície à esquerda e mais um dos incontáveis acampamentos da região. E, de repente, eis que surge, à direita, uma “praia” no meio das montanhas, com direito a pequena faixa de areia e tudo. Muitos carros parados e, às margens do lago, famílias curtindo mais um presente da natureza.



Nenhum de nós estava realmente preparado para a situação.  Porém, nessas horas, os homens levam uma pequena vantagem. É só tirar a camisa, dentro do carro mesmo, e pronto. As fotos foram as mais espetaculares da viagem.









 













Após a farra na água, sem toalha, um pouco de tempo sob o sol já bastou para a galera ficar seca e prosseguir na jornada. Tenaya Lake ficará na memória para sempre.




O lago glacial se formou a partir do derretimento da neve nas montanhas e também é abastecido por riachos da região

13.10.15

Tioga Pass Road: Olmsted Point

Olmsted Point, assim como Glacier Point, proporciona uma vista incrível do parque Yosemite

Na placa um pouco da história do local e seus descobridores




Numa viagem pela Califórnia decepção não é uma palavra que se pode aplicar corriqueiramente. E se Tuolumne Meadows não foi lá grande coisa, o próximo ponto visitado na Tioga Pass Road era absolutamente espetacular: Olmsted Point.





Para onde quer que se olhe a visão é magnífica




O lugar, batizado em homenagem aos arquitetos Frederick Law Olmsted e seu filho homônimo, proporciona uma vista do parque capaz de rivalizar com a visão que se tem do Glacier Point. 






A camisa dá ainda mais beleza à paisagem (rs)



Mas Olmsted é diferente de tudo o que já vimos na vida: as rochas são muito claras, esbranquiçadas, e as formações na montanha propiciam pequenas escaladas a pontos magníficos para admirar a natureza.  E ali, sob a sua visão, um imenso vale verde (no verão), com aquele céu azul de tirar o fôlego.





Olhando para a direita você avista a parte norte do Half Dome.  À esquerda, o Tenaya Lake, lago que merece um post à parte.

Explicações científicas
Passeio obrigatório para a família

sobre as pedras na montanha

O mais legal de tudo é que nós não tínhamos a mais vaga ideia do que surgiria naquela estrada após uma curva à direita. O lugar merece uma boa parada, de pelo menos uma hora...

Depois da curva, na Tioga Pass Road surge Olmsted Point. Aliás, a cada curva você se depara com paisagens incríveis...

9.10.15

Tioga Pass Road - Tuolumne Meadows

Placa indica o que vem à frente

Dois dias podem passar muito rápido, ainda mais se você estiver num lugar como Yosemite. Assim sendo, chegou a nossa hora de partir rumo ao novo destino: Lee Vining, já do outro lado e fora do parque. E o caminho mostrou mais uma vez que o trajeto em si pode ser algo absolutamente sensacional.


  
a entrada

 
passagem  
na base da árvore
Para chegar à cidade escolhida, o caminho foi a indescritível Tioga Pass Road, também conhecida como California State Route 120. A via corta Sierra Nevada e  Yosemite e só abre no verão. É a estrada mais elevada da Califórnia e chega a 3.031 metros de altitude.



Em nosso roteiro pela estrada, nossa primeira e única parada programada foi em Tuolumne Meadows para ver as sequoias gigantes. Não faríamos esse pit stop se Mariposa Grove, que visitamos em 2006, estivesse aberta. Nesse caso, teríamos optado pelo lugar que visitamos antes para que Arthur conhecesse o Grizzly Giant, uma das maiores árvores do mundo. Como essa parte de Yosemite estará fechada até 2017 para manutenção, a opção acabou sendo mesmo Tuolumne.










Para quem nunca viu uma sequoia gigante pode valer a parada. Mas a quantidade de árvores, 25, é muito menor do que em Mariposa, onde há mais de mil. O acesso também é um pouco complicado. Ao estacionar o carro, você tem de descer uma trilha por 1.600 metros (uma milha) até chegar à primeira árvore, a maior do local.
Na volta, subir os mesmos 1.600 metros, numa ladeira íngreme, com um forte calor (estava quente à beça naquele dia), pode desgastar bastante. Quem tem criança com menos de uns seis, sete anos, então, tem de  se preparar para carregá-la nas costas. Contribui para isso a elevação: em torno de 2.620 metros de altitude, ou seja, o ar é mais rarefeito, causando dificuldades extras na respiração.


A sinalização é sempre boa
E no local dá para fazer muitas fotos





















Se você está em forma e não dispensa o espírito aventureiro, pode descer até o fim da trilha, mais uns três quilômetros, e desfrutar de outras paisagens.


7.10.15

Yosemite Park 2

A vista a partir do Glacier Point, a 2.199 metros de altitude, em Yosemite



Hospedar-se dentro de Yosemite é uma das maiores vantagens para aproveitar o parque em sua plenitude, uma vez que, lá dentro mesmo, as distâncias não são pequenas até as áreas de maior interesse. Portanto, carro é fundamental.

à esquerda...
à direita

a partir de outro ponto
O Wawona Hotel, por exemplo, é excelente opção por ter um preço que ainda podemos chamar de acessível (principalmente antes dessa disparada louca do dólar, período em que estivemos lá). Duas noites em quarto triplo, com banheiro privativo, saem na casa de USD 500 aproximadamente. Ele fica a 20 quilômetros de Yosemite Valley, o centro do parque, e a 17 quilômetros de outro ponto imperdível: o Glacier Point.


Cachoeiras
Agora, se você estiver bem de grana, mas bem mesmo, a melhor opção, sem dúvidas, é o The Ahwahnee Hotel. Ele fica cravado em Yosemite Valley, com uma daquelas linhas de ônibus gratuitas à sua porta. Além disso, tem infraestrutura de dar inveja. A classificação dele é de 4,5 estrelas e o preço comprova isso. Mais de USD 500 a diária nas condições descritas acima. Ou seja, só para quem tem bala na agulha. Aqui nesse link você pode ver as opções de acomodação de todos os hotéis do parque:
http://www.yosemitepark.com


Para contemplar


a vista não cansa


independentemente do ângulo











Um dos passeios que não pode ser ignorado é a subida ao Glacier Point. Mas atenção: o local só fica aberto por uns três a quatro meses durante o verão. Do Wawona até a estrada que leva ao topo do mirante são 12 quilômetros e, de lá, uns cinco quilômetros de subida. Não foi difícil estacionar, pois chegamos lá relativamente cedo. Uma base de rangers (guardas florestais) costuma ser montada ali e é comum impedirem a subida de carros a partir de determinado trecho. Nessas ocasiões, é fornecido transporte em ônibus até a área de observação. Como a base não estava montada, a subida estava liberada para todos.


Momento Fluzão no topo
No alto da pedra: friozinho na barriga










De lá de cima você tem provavelmente uma das melhores vistas do Yosemite. Half Dome, cachoeiras, El Capitán, todo o vale, enfim, uma visão magnífica de toda a beleza da região. Em dia de céu azul, então, o contraste é espetacular. Vale a pena ficar pelo menos uma hora, uma hora e meia, apenas contemplando a natureza e, claro, tirando fotos com calma. Só não esqueça de levar algo para comer e beber se for ficar um bom tempo. Não há qualquer comércio naquele ponto.

Momento marra dos meninos
A estrada que leva ao Yosemite Valley é repleta de pontos de observação, mas outro que é parada obrigatória é o Tunnel View. Descendo a estrada é impossível passar por ele sem notá-lo. Como sugere o nome, fica próximo a um grande túnel (o único, aliás) no percurso. Ao se aproximar da saída, reduza a velocidade, entre à esquerda e estacione. Fica cheio, mas o entra e sai de veículos é constante é não é difícil achar uma vaga. Depois, é só curtir o visual.

 
Tunnel View em três momentos










Por fim, se você não for abastado e quiser ao menos conhecer o hotelzão citado acima, a melhor opção é almoçar no restaurante localizado num gigantesco salão que à noite vira até palco de shows. Por incrível que pareça, a comida, excelente, não é cara, mesmo para os padrões de região. Para se ter uma ideia, sai mais em conta do que almoçar/jantar no próprio Wawona. Comemos um slow-roasted angusbeef prime rib. Vinha acompanhado de purê de batatas e um pão crocante delicioso.

O salão do Ahwahnee: ótima comida e preço acessível





2.10.15

Yosemite Park 1


Pinheiros de ambos os lados. A estrada que leva ao paraíso de Yosemite Park

Noite bem dormida em Oakhurst e chega o momento de continuar nossa viagem. Em poucas milhas, a paisagem que se descortina na estrada é essa aqui acima.

Poucos lugares no mundo apresentam uma variação geográfica e climática como a Califórnia. Num momento você está numa bela praia, com o mar à sua frente (gelado pacas, diga-se de passagem) e areia para curtir. A mesma praia pode te oferecer, ainda, rochedos e escarpas. Saindo do litoral, você corta planícies lindas, com plantações que vão desde oliveiras e vinhedos até morangos e cerejas.

Uma excelente opção de hospedagem: Wawona

O hotel do século XVIII oferece quartos  
com banheiro coletivo ou privativo










Um punhado de quilômetros mais à frente, surgem montanhas e florestas, ora verdejantes com céu azul e límpido e córregos de águas transparentes, ora gélidos, com neve e lagos congelados. Logo depois dessas montanhas e florestas, você se depara com uma paisagem desértica e árida. É realmente impressionante a diversidade.

Prédio principal da bela construção de madeira. Há anexos 

Esse nariz de cera todo serve para apresentar o que vem agora: Yosemite Park, um lugar realmente espetacular. A floresta, os acidentes geográficos, as cachoeiras, os rios, a paisagem toda te deixam extasiado. E para quem não dispensa o conforto, sobra estrutura para turistas de hábitos urbanos.

outro ângulo: acesso ao restaurante

saguão do hotel


No café da manhã








  





Quando falamos que sobra estrutura, é porque sobra mesmo. Além de hotéis, são cinco ao todo, o parque oferece serviço de transporte (em ônibus gratuitos que circulam por todo o Yosemite Valley, a área de convivência mais concorrida do parque), restaurantes e lanchonetes, posto de gasolina (um só e bem mais caro), e passeios para todas as idades. Tem até trenzinho para a criançada.

Yosemite Falls

riacho de água cristalina
Abaixo da cachoeira









El Capitan: uma das formações mais famosas

Como já conhecíamos o parque, optamos por fazer tudo de carro mesmo (exceto circular pelo Yosemite Valley). Os estacionamentos são enormes e vale a pena parar seu carro e, a partir deles, aproveitar os ônibus com ar-condicionado para visitar pontos como cachoeiras, rios e trechos de florestas.


Contraste de cores
Riacho para alegria da garotada
exuberância da natureza




pontes bem cuidadas

o parque também é muito bem sinalizado





























Passear pelo Yosemite Valley é sempre uma experiência enriquecedora. Além de observar as belezas naturais, você pode, em algum momento, deparar-se com um urso (infelizmente nós não tivemos esse encontro) ou até mesmo com um autêntico índio americano sobre seu cavalo malhado.


Na planície, homem à cavalo... 
...desperta curiosidade de turistas

Era um índio americano e seu cavalo Shadow

Em 2015, devido a uma grande estiagem na Califórnia, alguns riachos chegaram a secar e as cachoeiras perderam volume e parte de seu esplendor, mas nada que lhes tire a beleza.